Bigodes que detetam qualquer presa

A lontra-europeia (Lutra lutra) é um mamífero aquático emblemático, presente em grande parte do território português. Habita rios, lagoas e até zonas costeiras, sendo um dos grandes símbolos da vida selvagem ligada à água.

A espécie ainda se encontra relativamente bem distribuída em Portugal, no entanto, enfrenta várias ameaças como a destruição da vegetação ribeirinha, a poluição e atropelamentos.

Alimenta-se sobretudo de peixes, mas também de anfíbios, crustáceos como o lagostim, e outros invertebrados aquáticos. Os seus longos bigodes sensíveis ajudam-na a caçar mesmo em águas turvas e durante a noite.

A presença da lontra indica ecossistemas aquáticos saudáveis, com água de boa qualidade e habitats bem conservados, fundamentais tanto para a biodiversidade como para as comunidades humanas.

É um animal solitário, exceto durante a época de reprodução. Vive o ano todo no seu território, composto por um trecho de rio e a vegetação ao redor, que lhe proporciona abrigo e disponibilidade de presas. A gestação dura de 61 a 63 dias e os nascimentos podem ocorrer em todas as estações, com nascimento de 1 a 3 filhotes. 

Ameaças que enfrentam

As ameaças a esta espécie são hoje bem conhecidas e vão desde a destruição de habitats, poluição, até ao empobrecimento da fauna de peixes, um recurso fundamental para este carnívoro.

Infelizmente, todos os anos, várias lontras acabam atropeladas ao longo das estradas durante as suas viagens noturnas. Também não faltam atos de caça ilegal devido a conflitos com pescadores e viveiros de pesca. 

Porque importa proteger a lontra

Proteger a lontra é essencial porque ela depende de rios saudáveis – e onde há lontras, há água limpa e ecossistemas equilibrados que beneficiam todos, inclusive as pessoas.