Juntos, decidimos o futuro do oceano
Durante muitos anos, a gestão das pescas foi feita de forma centralizada, com decisões tomadas “de cima para baixo”, muitas vezes afastadas da realidade vivida no terreno.
A cogestão surge como um modelo inovador que junta quem melhor conhece e vive o mar, os pescadores, com autoridades, administração, cientistas e organizações da sociedade civil para a construção de soluções comuns na gestão dos recursos marinhos.
Ao partilhar responsabilidades e decisões, conseguimos uma pesca mais adaptada à realidade, mais respeitadora dos ecossistemas e mais justa para quem dela depende.
“ou can not protect the environment unless you empower people, you inform them, and you help them understand that these resources are their own, that they MUST protect them.”
Dr. Wangari Maathai
O que está em causa
- As comunidades piscatórias devem ter mais voz nas decisões que afetam diretamente a sua atividade
- O conhecimento científico e local deve estar na base das decisões de gestão dos recursos marinhos.
- Comunidades mais envolvidas são comunidades mais empoderadas
O que faz a WWF
Um pouco por todo o país, e em conjunto com as comunidades piscatórias, a WWF Portugal tem vindo a promover um novo modelo de governação para a pesca: a cogestão. Este modelo baseia-se na partilha de responsabilidades entre pescadores, autoridades, administração, cientistas e organizações da sociedade civil, garantindo que as decisões sobre a gestão dos recursos marinhos são tomadas de forma colaborativa, informada e justa.
Em Peniche, aplicámos os princípios da cogestão à apanha de percebes na Reserva Natural das Berlengas. Este processo levou à criação do primeiro Comité de Cogestão de Pescas em Portugal, onde os próprios mariscadores têm voz ativa na monitorização da atividade e valorização do produto.
As vantagens deste modelo ficaram ainda mais evidentes quando, durante a pandemia, os pescadores votaram coletivamente por uma suspensão temporária da atividade para proteger tanto o futuro da espécie como dos mariscadores.
Mais a sul, o Algarve tornou-se uma referência nacional ao aplicar a cogestão à pesca do polvo. Em conjunto, definem-se regras mais equilibradas e justas, baseadas em conhecimento científico e na experiência de quem vive do mar.
Na Lagoa de Óbidos, focámo-nos na capacitação dos pescadores locais, com o objetivo de os preparar para implementar, integrar e eventualmente liderar a cogestão nesta área.